A Apple não lançou apenas um novo produto, mas uma nova forma de interação com computadores móveis e um novo mercado
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Há um ano, a Apple fazia chegar às lojas sua mais nova proposta de computação móvel, o iPad. O aparelho vinha cercado de ansiedades e dúvidas, motivados ora pelo sucesso da empresa em propostas anteriores, como o iMac, iBook, iPod e o iPhone, ora pela lembrança das malfadadas tentativas de tablets anteriores, incluindo o Newton, equipamento da própria Apple que sequer tinha um mercado na época de seu lançamento e não realizou a revolução pretendida.
Antes de aportar para o consumo, em abril de 2010, o aparelho havia sido apresentado oficialmente em 27 de janreiro, em evento espacial com Steve Jobs como um extasiado garoto-propaganda. "Mas será que todo esse entusiasmo vai contagiar o público?", perguntava-se Darrell Etherington, no site Giga On. "Não sou o único que não está certo a esse respeito", finalizaria o autor.
O iPad vinha como aposta em um nicho ainda inexistente, uma terceira via, nas palavras de Jobs, e ninguém sabia se a ideia funcionaria ou não. O tempo mostrou que a Apple fez mais do que lançar um novo produto: criou uma nova forma de interação com computadores móveis e um novo mercado.
"Talvez a coisa a mais emocionante a respeito do iPad sejam os aplicativos que ainda não apareceram. Alguém vai lançar o híbrido "livro-filme-jogo" em um ano, e irá redefinir a experiência de cada uma (dessas ações)", escreveria Xeni Jardin, em sua análise no BoingBoing.
"Do Newton ao CrunchPad, as empresas da tecnologia tentaram vender uma plataforma simples que pudesse acessar a rede, oferecer email e talvez algum jogo. Como pode a Apple acertar, quando outros erraram?", perguntava-se a reportagem do Business Insider (o site mostra a história dos 16 fracassos anteriores - http://read.bi/gxPvkX).
Se o cenário era de cautela, algumas opiniões mostravam-se mais otimistas, ao crer que "considerando a escassez (temporária) de aplicativos do iPad e com a multitarefa supostamente chegando em alguns meses, sua funcionalidade e usabilidade irão crescer. Com o passar do tempo, você encontrará muito mais usos e situações em que o iPad se transformará em parte indispensável de sua vida cotidiana", dizia o review do site Digital Trends.
Em contrapartida, o aparelho não foi unanimidade, como aponta a opinião de Sebastian, no blog iPhone Download. Em artigo, o blogueiro dá 16 razões de porque o "iPad Sucks" e reclama das limitações do gadget, comentando a falta do aplicativo Flash da Adobe, o peso do aparelho, tamanho e falta de câmera, entre outros problemas.
Mesmo com opiniões contrárias, o iPad parece ter conquistado interesse crescente, como mostra pesquisa de novembro de 2010, do NDP Group, que afirma que 11% dos consumidores norte-americanos mostraram interesse em adquirir o aparelho da Apple no começo deste ano. Na época da pesquisa, 4,2 milhões de tablets da empresa já haviam comercializados.
Um vídeo da Apple (http://bit.ly/fCq57c) mostra que o gadget, de fato, implementou novos usos para a computação móvel e por isso tornou-se tão cobiçado ao longo de um ano.