quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Tipo difuso de iluminação por LED intriga projetistas

As lâmpadas de LED, com seu consumo minúsculo de energia e durabilidade de 20 anos, conquistaram a imaginação dos consumidores. Mas uma tecnologia ainda mais nova está intrigando os projetistas de iluminação do planeta: os OLEDs, ou diodos orgânicos emissores de luz, que criam iluminação duradoura e eficiente em ampla variedade de cores, assim como os seus primos na família dos LEDs, que são inorgânicos.

http://img.terra.com.br/i/2009/09/09/1314343-0294-it2.jpg

Mas ao contrário dos LEDs, que oferecem pontos de luz como os das lâmpadas incandescentes comuns, os OLEDs criam luz difusa e uniforme em superfícies de material ultrafino, que um dia se tornarão flexíveis.

Ingo Maurer, um projetista de iluminação, utilizou 10 paineis de OLEDs em uma luminária de mesa em forma de árvore. Ela é a primeira de seu tipo, e está à venda por US$ 10 mil. Mas Maurer já imaginou outros usos. "Pode-se criar uma parede divisória com paineis OLED; seria altamente decorativa e poderia ser combinada a fontes pontuais de luz", disse.

Outros projetistas já imaginaram usar OLEDs em paineis de teto ou em venezianas, de modo a gerar uma impressão de sol em uma sala mesmo depois do escurecer.

Hoje, telas de OLEDs estão em uso em alguns celulares, como o Samsung Impression, e em pequenos e caros televisores ultrafinos da Sony e, em breve, da LG. (O único televisor OLED da Sony, com tela de 11 polegadas, custa US$ 2,5 mil.) As telas OLED geram imagens de alta resolução e oferecem ângulos de visão mais largos que o do LCD.

Em 2008, sete milhões do bilhão de celulares vendido no planeta usavam telas OLED, estima Jennifer Colegrove, analista da DisplaySearch. Ela prevê que, no ano que vem, o número aumentará em mais de 700%, para 50 milhões de aparelhos.

Mas a iluminação em OLED pode representar o mais promissor dos mercados. Em prazo de um ano, fabricantes esperam vender as primeiras placas OLED que no futuro serão usadas para iluminar espaços comerciais e residenciais. Elas um dia atingirão eficiência energética e durabilidade semelhante à dos LEDs convencionais, afirmam.

Por conta da luz difusa e regular que os OLEDs emitem, devem suplementar e não substituir outras tecnologias eficientes do ponto energético, como LEDs, lâmpadas fluorescentes compactas ou lâmpadas incandescentes avançadas que criam luz a partir de um único e pequeno ponto.

O uso da tecnologia pode ser inicialmente limitado, de acordo com os projetistas, e não apenas em função dos altos preços. "A iluminação OLED é regular e monótona", diz Maurer, que tem estúdios de iluminação em Munique e Nova York". "Não é dramática, e desconsidera o lado espiritual".

"A iluminação OLED é quase irreal", diz Hannes Koch, fundador da rAndom International, uma empresa de design de produtos. "Ela mudará a qualidade da luz em espaços públicos e privados".

A empresa de Koch recentemente foi contratada pela Philips a fim de criar o protótipo de uma parede de luz OLED com seções que se acendam em resposta a movimento.

Porque os paineis de OLED podem ser tão flexíveis, as empresas de iluminação imaginam folhas de iluminação que poderão ser enroladas em torno de colunas. (A General Electric criou uma árvore de Natal envolta em paineis OLED, como experiência.) O OLED também pode ser incorporado a janelas de vidro; quase transparente com a luz apagada, o vidro se tornaria opaco com ela acesa.

Porque os paineis OLED tem espessura de apenas 1,8 mm e não geram calor quando acesos, os arquitetos do futuro não precisarão deixar espaço nos tetos para equipamentos de iluminação de grande porte, da mesma forma que os proprietários de imóveis já não precisam de grandes bancadas para seus televisores agora que surgiram os modelos de tela plana.

A nova tecnologia está sendo desenvolvida por grandes empresas de iluminação, tais como GE, Konica Minolta, Osram Sylvania, Philips e Universal Display. "Estamos investindo recursos financeiros significativos no desenvolvimento dos OLEDs", diz Dieter Bertram, gerente geral do grupo de OLEDs da Philips.

A empresa recentemente ampliou seu investimento nessa área ao criar a primeira linha de produção para iluminação OLED, em Aachen, Alemanha. A Universal Display, uma empresa criada 15 anos atrás para desenvolver e licenciar tecnologias OLED, recebeu US$ 10 milhões em verbas de pesquisa de governos para o desenvolvimento de OLEDs, nos últimos cinco anos, disse Joe Chaddock, gerente técnico de projeto de iluminação solid state no Departamento da Energia.

À medida que a produção se amplia e o preço dos paineis OLED de iluminação inevitavelmente cai, é provável que o sistema venha a encontrar uso cada vez mais amplo, em automóveis, residências e empresas, acreditam seus proponentes.

"Quero reduzir a US$ 6 o preço de um aparelho OLED que ofereça iluminação equivalente à de uma lâmpada de 60 watts", diz Anil Dugal, que comanda a equipe de desenvolvimento de OLEDs na GE. "Quando esse momento chegar, seremos competitivos".

Tradução: Paulo Migliacci ME

The New York Times

0 comentários:

Postar um comentário