A China não esperou nem 24 horas da decisão do Google de suspender a censura e começou a bloquear as buscas por temas que considera sensíveis no site do Google Hong Kong.
De acordo com o americano Washington Post, buscas sobre temas como o Massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989, ou a seita Falun Gong feitas em Pequim resultaram numa tela em branco ou numa mensagem de erro. Mais cedo as buscas geravam resultados, mas os links estavam bloqueados.
Ainda nesta terça-feira TOM Online, uma companhia de internet de Hong Kong, anunciou que deixará de usar o Google como mecanismo de busca. Duas grandes companhias telefônicas estatais chinesas - China Mobile, com 500 milhões de usuários, e China Unicom, a segunda maior do país - também anunciaram planos de rever seus contratos o gigante americano de internet. A China Mobila usa as buscas do Google em sua página principal enquanto a China Unicom tinha planos até agora de usar a plataforma Android em seus celulares.
Entenda a crise
Na segunda-feira, o Google anunciou que havia fechado o site Google.cn e que as buscas seriam desviadas para o Google.com.hk, baseado em Hong Kong e livre da censura imposta pelo governo chinês desde 2006. Hong Kong, uma ex-colônia britânica, pertence à China, mas conta com maior liberdade - incluindo internet não censurada - do que o resto do país.
O Google mantém no ar uma página em que mostra quais de seus serviços ainda estão disponíveis e aqueles completa ou parcialmente bloqueados na China.
A censura da internet se tornou uma fonte de tensões entre China e Estados Unidos, com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, lançando um chamado em janeiro pela defesa da liberdade na internet em todo o mundo, citando a China, entre outros países, como exemplo.
Em 12 de janeiro, o Google anunciou ter sofrido um ataque de hackers. A Contas do Gmail pertencentes a vários ativistas chineses de direitos humanos foram violadas. Na sequência dos acontecimentos o gigante da internet anunciou que deixaria de censurar os resultados das buscas em sua versão em mandarim. Desde a chegada do Google à China, em 2006, temas como o Massacre da Praça da Paz Celestial, a seita Falun Gong e a luta pela libertação do Tibet eram censurados no serviço de buscas e também em concorrentes, como o Bing.
Além do Google, os ataques tiveram como alvo outras 31 empresas, além do Google. O governo americano participou das investigações, que apontaram duas escolas chinesas como a fonte. O governo de Pequim nega as acusações.
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