domingo, 25 de outubro de 2009

Acordos indicam que o Twitter passará a ter receita

O Twitter recebe 55 milhões de visitantes ao mês, levantou US$ 155 milhões em capital junto ao setor de capital para empreendimentos e atraiu intenso interesse, de Hollywood ao Irã. Contudo, até o momento, não vem obtendo receitas consideráveis, e certamente lucro algum.


Acordos anunciados na quarta-feira, para abrir a corrente constante de mensagens que o site hospeda, na procura por serviços de busca da Microsoft e Google, porém, podem indicar uma potencial fonte nova de receitas. Não se sabe, até o momento, que valor essas receitas poderiam atingir. Os termos dos acordos não foram revelados, e Evan Williams, o presidente-executivo do Twitter, declarou em entrevista que a receita "não era o ponto foco desses acordos".

Os acordos representam a mais recente prova do intenso interesse pelo que é conhecido como web em tempo real - a corrente constante de posts e atualizações em sites como o Twitter, Facebook e serviços semelhantes. Ao contrário dos blogs e páginas de web tradicionais, as informações em tempo real, com as quais esses serviços trabalham, não oferecem integração fácil aos serviços de busca.

A Microsoft já incluiu os dados do Twitter no sistema de seu serviço de buscas Bing. A empresa demonstrou como o sistema de buscas funciona na conferência Web 2.0, um evento de tecnologia em San Francisco. O Google anunciou que ofereceria recurso semelhante em breve.

Os acordos não são exclusivos e se enquadram à maneira de fazer negócios adotada pelo Twitter, disse Williams. Ele mencionou a possibilidade de fechar acordos semelhantes com outras empresas.

"Um dos pontos centrais de nossa filosofia sempre foi o de que o Twitter é uma rede distribuída, e existem múltiplos pontos de entrada e pontos de saída que atendem a diferentes usuários e a diferentes usos", afirmou Williams.

Ao contrário da maioria das companhias de web, que tentam convencer os usuários a utilizarem os seus sites, o Twitter alega que não lhe faz diferença que os usuários acompanhem seu conteúdo por meio de aplicativos desenvolvidos por terceiros para celulares ou computadores, ou por intermédio de sites como o Bing.

"É uma maneira de deixar que floresçam todas as flores", disse Williams.

Na quarta-feira, a Microsoft também anunciou um acordo que em breve permitirá que ela inclua atualizações do Facebook nos resultados de busca do Bing, mas não ofereceu muitos detalhes sobre como esse serviço funcionaria.

Sheryl Sandberg, vice-presidente de operações do Facebook, afirmou que apenas atualizações públicas de status seriam abertas às buscas da Microsoft.

Diversas empresas iniciantes no ramo de buscas, entre as quais o próprio Twitter, oferecem serviços especialmente adaptados a localizar posts no Twitter e outros dados em tempo real. Mas nenhuma delas descobriu, até agora, como organizar os resultados mais relevantes da maneira que o Google organiza as buscas na web, de acordo com Williams.

O Twitter vem conduzindo experiências quanto a uma maneira de fazê-lo, ao exibir aos seus usuários os tópicos sobre os quais as pessoas mais conversam no site.

O Bing vai experimentar diferentes abordagens para mostrar aos usuários os resultados mais relevantes, por meio da filtragem de respostas duplicadas e de esforços para classificar os posts por ordem de importância com base na identidade de seus autores e outros fatores.

"Estamos oferecendo a vocês o melhor do conteúdo em tempo real, como parte do processo de busca na web", disse Yusuf Mehdi, vice-presidente sênior da Microsoft para o grupo de audiências empresariais online, o responsável por demonstrar o serviço durante a conferência.

Por enquanto, os usuários do Bing interessados em realizar buscas no Twitter terão de utilizar um site separado, o bing.com/twitter. Mas no futuro a empresa planeja promover maior integração entre as buscas no Twitter e o serviço mais amplo do Bing.

O Google planeja oferecer um serviço exclusivo de buscas no Twitter, e combinar os posts do serviço aos seus resultados principais de pesquisas.

Marissa Mayer, a vice-presidente de buscas e experiência do usuário no Google, disse que o acesso ao acervo de informações em tempo real do Twitter "vai ampliar nossa relevância, nossa abrangência e nossa qualidade".

Paulo Migliacci

The New York Times

0 comentários:

Postar um comentário