A capa do iPhone 4 é belíssima; seu conteúdo, ainda mais brilhante
Foto: Nabor Goulart/Divulgação
É do conhecimento do senso comum que "julgar um livro pela capa" pode acabar nos enganando sobre o conteúdo colocado dentro de uma bela embalagem. Enfeita-se demais para que a beleza ofusque o que a qualidade não consegue sustentar sozinha. Ou vice-versa. Quando o assunto é o iPhone 4, que começa a ser vendido nesta sexta-feira no Brasil, a Apple vem mostrar que tudo isso é balela. O novo smartphone é um livro com uma belíssima capa e um conteúdo que consegue ser ainda mais brilhante.
Em um primeiro momento, o iPhone 4 impressiona pela beleza. O visual "quadrado", que pode ter assustado muitos geeks pelo mundo, na verdade é uma sacada genial e anatomicamente muito agradável. Ao inserir bordas e laterais quadradas e retas, em detrimento das arredondadas das edições anteriores, a Apple garante ao usuário maior conforto e segurança para usá-lo também para fazer ligações.
É no que a beleza protege, no entanto, que está o melhor deste gadget. Uma das inovações que, logo de cara, encantam pela praticidade é a função multitarefas. Através dela, é possível abrir uma dezena de programas e usuá-los simultaneamente. Todos ficam enfileirados na barra inferior do visor. Muito se falou que o multitarefas poderia ocupar muito da memória do aparelho e travá-lo. Nós testamos, e ele funcionou perfeitamente, por mais de uma hora de uso, com uma velocidade aceitável.
O aplicativo nativo do aparelho, FaceTime, talvez seja o que mais impressiona os amantes de novas tecnologias. O dispostivo de videochamadas agora vem integrado com uma câmera frontal e traseira. Com a tela do iPhone 4 virada para seus olhos, a pessoa com quem você está conversando poderá enxergar tanto você quanto o que está atrás do aparelho, se selecionada a opção traseira.
Sensacional? Isso não é nem o começo das brincadeiras que a Apple resolveu criar com seu novo smartphone. O aparelho grava vídeos em HD de forma competente, possui um display Retina com uma resolução de quatro megapixels para cada um da edição anterior, além de ter maior resistência contra arranhões e riscos, e ainda tem as laterais e a traseira revestidas completamente por metal.
Também chama atenção o aplicativo "copiado" do co-irmão iPad para leitura de livros, o e-Book Reader. A página do livro não é exibida na íntegra, como é uma página de um livro ou revista. E nem teria porquê. O iPhone não foi feito para a leitura massiva - e a Apple sabe disso, tanto que criou seu tablet. Na tela do smartphone, não é possível dar zoom na leitura, que já aparece em um tamanho padrão para a visão, como o que podemos encontrar em páginas na web. O aplicativo é interessante e, digamos, pode quebrar um galho. Mas não substitui o iPad, e sequer se mostra como uma opção do mesmo nível. É, no máximo, um "bônus".
No teste do acelerômetro, encontramos um problema. Nas três primeiras tentativas de "girar" o vídeo nas posições vertical e horizontal, tanto com o aplicativo do YouTube quanto pelo site de vídeos acessado pelo Safari, não funcionou. Na quarta, deu certo, mas apenas uma vez. Após desligar e reiniciar o celular, o sistema voltou a funcionar normalmente. Segundo um representante do smartphone, o aparelho estava ligado há mais de 24h e o sistema operacional pode ter entrado em exaustão, neste caso.
Ao falar de problemas, não tínhamos como não entrar na questão da famosa Antena do iPhone 4. Inocência nossa, talvez, acharmos que a Apple equiparia o kit iPhone 4 para o Brasil já com as capinhas protetoras. Ele veio sem a proteção contra o toque humano e, de acordo com as operadoras, a Apple ainda não se pronuncionou sobre o caso em relação ao mercado brasileiro.
Se é possível haver o problema de recepção do sinal por causa da antena? Sim, pode acontecer. Trata-se de um problema físico do aparelho, o mesmo que ocorreu nos Estados Unidos. O que se pode garantir é que não é uma falha corriqueira e, segundo usuários, ela acontece primordialmente com um sinal fraco. Parece um bom momento para irmos ao Twitter, por exemplo, pedirmos para o senhor Steve Jobs a nossa capinha, já que o manda-chuva da empresa prometeu o acessário a todos os usuários do iPhone 4 até dia 30 de setembro.
No que se refere aos preços, eles ainda são salgados e estão longe de colocar o smartphone na categoria "popular". Dentro de planos pós-pagos das operadoras de celular, o valor do aparelho cai. Mas um pré-pago desbloqueado, de 16 GB, não deve chegar às mãos do usuário por menos de R$ 1,8 mil, assim como um de 32 GB não sai da loja por menos de R$ 2 mil.
A questão é que o iPhone 4 é um excelente smartphone. Ele é um gadget muito bem construído e pensado nos mínimos detalhes, do hardware avançado à simples experiência do usuário ao segurar o aparelho nas mãos. O preço, neste caso, parece justo. Ao menos nada exagerado, se considerarmos concorrentes que prometem mais ou menos os mesmos serviços e desempenho semelhante - sem, claro, o pioneirismo e o glamour da marca Apple.
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