No dia em que Steve Jobs assumirá os holofotes para anunciar o novo iPhone, John Sculley, ex-executivo-chefe da Apple, saiu das sombras.
Numa entrevista ao site The Daily Beast, Sculley conta detalhes de um evento que parece cada vez mais sem sentido em um tempo em que a Apple se tornou a empresa de tecnologia mais valiosa do mundo, ultrapassando a Microsoft: por que decidiu demitir Steve Jobs.
Era a primavera (local) de 1985. Sculley, um ex-executivo da Pepsi, foi contratado pelo conselho de acionistas por indicação do próprio Jobs para ajudá-lo a comandar a Apple, uma empresa que então já era inovadora, mas que tinha problemas na divisão dos computadores Macintosh. Nos primeiros meses a relação entre Sculley e Jobs deu certo, mas com o passar do tempo os dois começaram a disputar poder. Jobs não aceitou perder o comando e o choque com Sculley foi inevitável. Sculley não aceitou manter apenas com Jobs as decisões sobre o Macintosh - então carro-chefe da companhia. Entre o indisciplinado Jobs e os bons resultados rapidamente mostrados por Sculley, os acionistas preferiram o segundo.
Vinte e cinco depois, lembra o site, a decisão parece sem sentido, mas na época ninguém achou má idéia. Não era comum o personalismo que identifica empresas de tecnologia com seus fundadores. Sculley, no entanto, considera que no caso foi uma aposta infeliz. "Minha percepção é de que isso nunca devia ter acontecido", ele disse na entrevista. "Talvez ele devesse ter sido o CEO (executivo-chefe no jargão empresarial) e eu devesse ter ficado como presidente".
Hoje Sculley lamenta a direção que as coisas tomaram e, diminuindo o próprio papel, credita a Jobs todo o sucesso da Apple que, segundo ele, nunca devia ter sido afastado da empresa. Mesmo assim Jobs nunca o perdoou.
"Eu não falei com Steve nos últimos vinte anos", ele disse ao Daily Beast. "Ainda que ele nunca mais fale comigo, e eu acho que não vai falar, tenho um admiração tremenda por ele".
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