Uma tendência que cada vez se mostra mais forte é a de interligação de diferentes mídias e meios. Tecnologias diferentes, de certo modo, passam a ser uma só com integrações de software, enriquecendo o funcionamento geral.
O primeiro grande caso que podemos citar é a própria Microsoft. Com as últimas encarnações do Windows, criou-se uma cultura de integração interna e externa. No PC, conta com o Windows Media Center, um centralizador de arquivos de imagem, vídeo e música, com suporte a televisão, rádio, streaming de vídeo e funcionalidades similares a aparelhos como TiVo, incluindo pular comerciais. Utiliza-se uma interface ágil e confortável, reunindo o que normalmente é completamente disperso e que, em casos, requereria diferentes programas para acesso.
Seu console de videogame, Xbox 360, também lucra fortemente com características do gênero. Apesar de já ser um grande centralizador de mídia por si só - é possível tocar DVD, além de visualizar diversos tipos de arquivos, salvando-os no console - ele tem a capacidade de integrar-se ao Media Center, acessando a qualquer hora o conteúdo disponibilizado por um PC com Windows.
Mais do que isso, a Microsoft tem cada vez mais ampliado seus domínios no mundo do entretenimento. Com a iniciativa Live Anywhere, a empresa criou uma série de serviços integrados em diferentes plataformas. No Xbox 360, temos a Xbox Live; no Windows, a Games for Windows - Live; para o Windows Phone 7, assim como no 360, temos a Xbox Live, e no Zune o Zune Social. As plataformas garantem diversas vantagens de uso - além de uma única identidade unificada para todas plataformas - a Gamertag ou Zune Tag, que por sua vez também é relacionada à Windows Live ID, do Messenger -, os sistemas possuem capacidade de chat cross-platform com texto e voz, lista de amigos e sistema de mensagens unificado, um sistema de jogos multiplayer online entre plataformas diferentes (PC x 360, por exemplo) e um sistema unificado de compra de games, músicas, vídeos e outros conteúdos, utilizando os chamados Microsoft Points.
Outra agregadora forte é a rival, Apple. Além de facilitar a identificação de seus produtos com seu “i” no nome, a mãe dos Macs se destaca por um pequeno aplicativo chamado iTunes. Integrador de áudio, vídeos, programas de TV, podcasts, radios e mais o player é uma das principais opções para usuários no mundo inteiro. Qual o principal ponto aqui? Além da usabilidade em Macs, o programa centraliza o uso e cria os vínculos entre os computadores desktop ou laptops da marca juntamente com seus eletrônicos iPod (em todas suas encarnações), iPad e Apple TV.
Ligando qualquer um dos portáteis a um sistema com iTunes já garante uma sincronização fácil e rápida de arquivos - o computador “aprende” dados importantes do portátil e faz backup de programas, músicas e informações, e o portátil pode ser atualizado com dados do computador. Integrado diretamente a eles está a iTunes Store, loja virtual de aplicativos da empresa.
O aplicativo ainda tem a vantagem estratégica de “invadir o quintal” dos adversários, com uma versão própria para Windows, facilitando a compatibilidade com qualquer um dos outros aparelhos Apple, em todas suas funcionalidades.
Paralelamente existe o acessório Apple TV. Criado especialmente para televisões de alta resolução, ele se conecta, com uma interface própria, para reproduzir na mesma conteúdo disponibilizado em um computador por um contato por cabo ou wireless. Da mesma maneira, o Apple TV também reproduz conteúdo da iTunes Store, YouTube, Flickr e MobileMe na televisão.
Se essas duas gigantes dominam o mundo do software e hardware, provavelmente quem domina as múltiplas mídias pela internet não é ninguém menos que o Google. São serviços demais para detalhar em uma só matéria. Eles incluem publicidade e análise (AdSense, AdWords, Analytics), comunicação (Gmail, Orkut, Buzz, Latitude), e dezenas de outras opções, além da buscas mais completas e integradas do planeta.
O primeiro grande trunfo é a possibilidade de integração entre os aplicativos. Além de muitos deles “emprestarem” conteúdo uns dos outros, tornando a experiência de uso mais rica, há o simples fato de que uma única conta permite, num processo simples, acesso a todas elas, num verdadeiro universo de opções. Não só isso, nos últimos anos a empresa tem trabalhado mais fortemente software próprio, incluindo o navegador Chrome, o sistema operacional Chrome OS, o sistema operacional para portáteis Android e mais uma dúzia de outros aplicativos menores, relativos a projetos maiores. Nos pequenos, trazem a experiência do online para o offline, ou enriquecem a mesma (Google Earth, por exemplo), mas nos grandes é que a tecnologia brilha - no caso do Google Chrome OS, por exemplo, a promessa é que, uma vez lançado, boa parte de seu conteúdo será baseado online, por um sistema de Cloud Computing, integrado, claro, por contas Google.
Todos caminham para a inevitável tendência de um mundo conectado. A idéia de estarmos acessando nossos arquivos em tempo integral, ou estarmos na internet a qualquer hora, parece cada vez mais próxima.
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