quinta-feira, 13 de maio de 2010

Campanha "Um dia sem Facebook" cobra privacidade no site

Um site tenta convencer internautas a boicotarem o Facebook contra  as novas regras de privacidade Foto: Reprodução

Um site pede o boicote do Facebook contra as novas restrições à privacidade
Foto: Reprodução

Está marcado para o dia 6 de junho mais um capítulo do debate sobre os limites da privacidade na internet.

Uma campanha tenta convencer usuários a não entrarem no Facebook na data para pressionar o site a recuar nas mudanças feitas semanas atrás. A maneira como o Facebook permite que sejam vistas as informações pessoais provoca uma discussão na internet sobre os limites da privacidade na rede social.

"O clamor sobre as mudanças recentes da política de privacidade do Facebook com a introdução da 'Personalização Instantânea' não é o choro de uma autointitulada Geração do Milênio, como alguns querem retratar", escreveu a advogada Christina Gagnier em um artigo no site The Huffington Post. Geração do Milênio, também conhecida por Geração Y, é como são chamados os americanos nascidos a partir de meados dos anos 70. Trata-se de uma geração que cresceu familiarizada com a tecnologia e que - detectam pesquisas - concentra a maior faixa de pessoas preocupadas com a discussão sobre a privacidade na internet.

Uma das mudanças no Facebook foi a adoção de um botão de "curtir" para páginas externas, permitindo que possa ser compartilhado o conteúdo de outros sites. O recurso já existia em algumas páginas, mas foi ampliado. As informações externas aparecem diretamente nos perfis e aparentemente ficam disponíveis a empresas parceiras do Facebook, que podem usá-las para direcionar propaganda aos usuários conforme seus gostos.

No total, 32 empresas ou grupos, parceiros do Facebook, têm acesso às informações. Há desde criadores de testes que identificam usuários com personagens de um livro, músicas ou filme até empresas da mídia como a CNN.

Em reação, o site Gizmodo lançou uma série de posts ensinando usuários a deletarem seus perfis. E a frase "Como eu deleto minha conta no Facebook?" se tornou uma das buscas mais populares no Google. A Electronic Frontier Foundation, ONG americana de defesa de direitos civis, passou a orientar usuários sobre como manter a privacidade na rede social.

Um bilhão em um dia
A ideia de protestar com um dia de ausência no Facebook é de Alana Joy, analista de mídia e apresentadora do site This Week in Twitter (Esta semana no Twitter), programa de entrevistas online sobre o serviço de microblogs.

"Para participar, você simplesmente não deve usar o Facebook no dia 6 de junho. Isso significa evitar os botões 'curtir', parar com suas atualizações automáticas do Twitter no Facebook e resistir a clicar 'compartilhar' quando ler conteúdo online", disse Christina Geigner. "E, obviamente, isso envolve não entrar em sua conta".

Mas, apesar da resistência "barulhenta" dos críticos do Facebook, a imensa maioria dos usuários não se mostra preocupada com violações da privacidade.

Mark Zuckerberg, dono do site, anunciou em abril que apenas no primeiro dia o botão "curtir" foi usado um bilhão de vezes. A estimativa é de que ocorram 25 bilhões de cliques todos os meses. Em duas semanas, anunciou o Facebook nesta terça-feira, o número de sites com os novos plug-ins de compartilhamento passaram de 50 mil para 100 mil.

A discrepância dá argumentos ao Facebook, que diz que a discussão está apenas na imprensa e não interessa a quem usa o serviço. "Eu acho que há muita conversa que não está vindo necessariamente dos usuários", defendeu Ethan Beard, desenvolvedor do Facebook, ao site Business Insider.

Diante da discussão, o artigo de Christina Gagnier recorre a certo humor. "Eu garanto", ela diz, "que você sobreviverá a um dia sem Facebook: nós estaremos todos no Twitter".

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